Saúde Pública de Açailândia: “A coisa tá preta do jeito que estar e pior ainda pode ficar”

Saude-publica Açailândia – Postos de Saúde que não funcionam, idosos de até 78 anos dormindo ao relento para conseguir uma exame ou uma consulta, falta medicamentos, usuários do SUS enfrentam filas quilométricas e passam mais 10 horas a espera de atendimento e agora os mal tratos chegam aos servidores que hoje tem como alimento principal, para suportar 12 horas de trabalho ininterrupto, apenas arroz com ovo... 

Esse é um resumo dos relatos ouvidos todos os dias pelo Programa Rádio Cidadão, na Clube Fm.

Quando se imaginava que pior não poderia ficar, eis que recebo um grande manifesto dos funcionários do Hospital Municipal de Açailândia, conforme abaixo:

Caro Wilton Lima,
Estamos por da leitura deste, fazendo um pedido de socorro e gostaríamos de após a leitura do mesmo, todas a entidades governamentais em as esferas, tomassem providências no sentido de nos ajudar pelo difícil pelo qual passamos.
Encontra-se em nossa cidade um Gestor que desde o início do mês encontra-se fazendo a administração do Hospital Municipal de Açailândia. Esta pessoa veio da cidade de Fortaleza-Ce. Dizem que tal contratação foi feita por falta de pessoal competente em nossa cidade e dizem também que em nossa não existe nenhuma pessoa formada em Administração, daí o motivo de terem contratado uma pessoa de fora, pessoa esta não nos conhece e nem a nossa realidade.
Existe também um nove chefe de almoxarifado, que o seu lema é redução de gasto junto ao Hospital Municipal, isto significa que as pessoas têm que consumir pouco remédio e pouca alimentação. Os pacientes e funcionários estão vivendo um verdadeiro horror nesta nova administração.
Vamos relatar algumas crises pela estamos passando: Começa com a alimentação que está de mal a pior, nós estamos mais ou menos seis meses comendo ossos ou ovo todos os dias, isto tudo para redução de gastos praticados pelos novos chefes do HMA. O nosso café da manhã, quando tem, são apenas café e pão.
Então caro amigo, você acha que isto é alimentação para quem passa doze horas trabalhando em um hospital?
Agora vamos falar das medicações: Há casos em que, por falta de um frasco vazio, a farmácia deixa de fornecer o medicamento para o paciente, isto significa que estão dando mais valor a um frasco vazio do que o bem estar do paciente. Por exemplo: se o paciente está tomando dipirona e na clínica não tiver o frasco vazio para ser trocado na farmácia, o paciente deixa de tomar essa medicação, sem contar que está faltando quase todas as medicações. Está faltando desde o algodão, até o antibiótico.
Não sei lhe informar o motivo de tal descaso, talvez o próprio prefeito nem saiba do que está acontecendo no HMA, caso saiba, está sendo conivente com tal absurdo, situação que só vem a prejudicar as pessoas mais carentes que precisam da saúde pública.
O chefe do almoxarifado retirou todos os antibióticos da emergência, ou seja, para tomar uma antibiótico no HMA a pessoa terá que se internar. Em um atendimento emergencial o paciente não terá direito a ser medicado com antibiótico.
Exemplo: Se o paciente tiver uma infecção e tiver que tomar uma BENZETACIL, terá que ser internado, porque a grande maioria dos doentes que procuram o HMA é porque não tem dinheiro para comprar tal medicação.
Observação: o chefe do Almoxarifado é o senhor WULTZ que é primo do Senhor Juliano, secretário de saúde.
Nossas condições de trabalho são péssimas. Não temo lugar adequado para repouso, faltam materiais essenciais para desenvolvermos nosso trabalho.
Com relação ao atendimento, a maioria das pessoas não entendem e até acham que somos culpados por não prestar um bom trabalho, mas o que ocorre atualmente é a má administração pela qual passa o HMA e o município de Açailândia. O atual gestor está querendo reduzir o quadro de pessoal que prestam serviço ao HMA.
Exemplo: diariamente são atendidas aproximadamente trezentas pessoas na emergência, aonde alí trabalham seis técnicos de enfermagem, mesmo assim o atendimento é prejudicado, sendo que a atual administração quer reduzir pela metade o quadro de técnicos.
Na internação temos em média de dez a quinze pacientes em cada clínica.
Exemplo: clínica médica, são quinze idosos com idade média de sessenta anos. Na pediatria, quinze crianças de um mês a dois anos de idade. A atual administração quer apenas um técnico para cada clínica.
Observação: o técnico em enfermagem na irá dar conta do serviço, sendo que com dois técnicos, tem dia que não se tem tempo até de se alimentar e ir ao banheiro.
Atualmente os funcionários do HMA estão organizando BAZAR para arrecadação de recursos e material para a pediatria, inclusive, haverá um bazar amanhã, dia 14/04/2011, às 14h00min, na sala de ultrassonografia do HMA, sendo este o 3º Bazar já realizado.
Caro Radialista, apesar de termos citado nomes, sabe-se que esses são apenas “Laranjas”, sabemos que quem manda na saúde de Açailândia é o Dr. Petrônio e Dona Celeste.
Não somos covardes, apenas prezamos nossos empregos e nossas vidas.

Assina:
Funcionários do Hospital Municipal de Açailândia.