Kennys Silva trabalhava
como soldador!
Kennys de Oliveira Silva |
Açailândia - Na tarde da ultima quinta-feira 25/10, morreu vítima
de choque transversal durante o trabalho, o jovem de 21 anos, Kennys de Oliveira Silva. Kennys
trabalhava na empresa Gusa Nordeste S.A., localizada no polo siderúrgico de
Açailândia. Há dois meses ele exercia atividades como soldador.
De acordo com a mãe do jovem, a
família recebeu a informação de que ele tinha sofrido um acidente às 18h00 e às
18h30, quando chegou ao Hospital São Sebastião, ele já estava morto. “Eu
acho que ele não estava usando máscara porque o rosto dele está queimado”,
afirmou.
Segundo Alda Cristina, tia e
madrinha do jovem, a empresa se colocou a disposição para ajudar a família,
entretanto não informou como aconteceu o acidente e qual a obrigação da empresa
nesse caso. “Eles vieram aqui apenas para pegar as cópias dos documentos
dele. A família quer saber o que realmente aconteceu”, afirmou Alda
Cristina.
Os familiares relatam que o jovem
sofreu o acidente por volta das 17h00, mas só foi retirado do local após meia
hora, já que ele estava trabalhando a uma altura de aproximadamente 30 metros.
Para um trabalhador da empresa que não quis ser identificado, o clima entre os
operários é de agitação. Em alguns períodos, quando os administradores do setor
estão visitando a empresa, o trabalho deve ser redobrado, atingindo um ritmo
acelerado que põe em risco a vida e a segurança dos trabalhadores.
Para o Presidente do Sindicato
dos Metalúrgicos de Açailândia e região e Secretário Geral da Federação
Interestadual dos Metalúrgicos do Nordeste, o ocorrido foi uma fatalidade que
os trabalhadores desse ramo estão vulneráveis a sofrer. “Ainda
faremos contato para saber os interesses da família e posteriormente ajudar em
algum sentido. O que nós ficamos sabendo é que teve um problema numa retífica e
ele foi trocar a retífica e acabou sofrendo um choque elétrico”,
explicou Jarles Adelino.
Essa é a quarta morte registrada
pelo Sindicato dos Metalúrgicos de Açailândia nos últimos dois anos. Os dois
últimos casos ocorreram na mesma empresa, Gusa Nordeste. Com a morte de Kennys,
muitas interrogações até agora não estão esclarecidas, especialmente a respeito
da maneira como aconteceu o acidente, se a empresa tem alguma responsabilidade
pelo ocorrido e em que medida.
Os familiares lamentam uma perda
tão repentina, segundo o pai da vítima, ele estava noivo e havia sido
contratado há apenas dois meses. Procurados para falar do ocorrido, nenhum
representante da Gusa Nordeste quis se manifestar.
Fonte/Rede Justiça nos Trilhos