Cerca de 350 mulheres da Via Campesina, do MST e do sindicato dos trabalhadores rurais realizaram protestos nos acampamentos João do Vale e Francisco Romão, ambos de respectivas organizações no município Açailândia, no Maranhão, em 3 e 4 de março.
As atividades denunciaram a forma predatória de exploração da empresa Vale na região sudeste do Maranhão.
A monocultura do eucalipto utilizado para produção do carvão vegetal que alimenta fornos de cinco siderúrgicas localizadas no município, causa poluição do solo e da água.
Os protestos denunciaram também os prejuízos causados pela Estrada de Ferro Carajás às comunidades por onde passa o trem da Vale, provocando a morte dos animais e até atropelamentos de trabalhadores rurais.
As mulheres alertaram ainda para a ampliação desses impactos e problemas sociais com a duplicação dos trilhos que liga Parauapebas, no Pará, a São Luis, no Maranhão. A empresa Vale investirá mais de R$ 8 bilhões no projeto.
Formação
Durante as atividades em torno do 8 de março, as mulheres realizaram uma jornada de formação, debatendo a conjuntura agrária e a importância de fazer do dia das mulheres um período de lutas.
Além disso, elas aprofundaram a discussão sobre os efeitos negativos do modelo de desenvolvimento que vem sendo implementado no campo pelo agronegócio.
“Esse modelo gera trabalho escravo, expulsão de camponeses para periferias das cidades, aumentando a miséria, a fome e da violência, além de concentrar ainda mais a posse da terra e da biodiversidade”, afirma Maria Divina Lopes, dirigente estadual do MST.
Moradia
No dia 6 de março, as mulheres camponesas se juntaram aos trabalhadores e trabalhadoras sem-teto, que sofrem ameaças de desejo no município Açailândia.
O protesto denunciou que no Maranhão os mesmos grupos que concentram terras urbanas para a especulação imobiliária estão ligados ao latifúndio e à grilagem das terras no campo, envolvendo políticos, grandes grupos econômicos e donos de cartórios.
“A luta dos povos passa pela solidariedade, por meio da qual as denuncias de diversos setores se transformam em bandeiras de luta”, afirma Divina.
(As informações são do MST).